segunda-feira, 15 de dezembro de 2008


Solto o meu cabelo, outrora condensado num único rabo-de-cavalo. Deixo-o dançar ao sabor do vento, provar a doce ilusão de liberdade.
Paro. Espero que o sinal fique verde.
Perco-me nos sonhos que foram meus num outro tempo, no tempo em que era eu e os sonhos, no tempo em que não me tinha cruzado com o cruzamento da tua existência em mim.
Há verdadeiramente muito tempo que estes sonhos não surgiam na minha mente. Consigo lembrar-me de cada um deles, porque em cada um existe uma ponte para um outro sonho (meu). Muitos deles foram isso mesmo, somente sonhos. Outros são hoje realidade vivida.
Ficou verde. Avancei. Continuei.
Até que ponto estarei eu presa a algum desses sonhos? Até que ponto não serão apenas sonhos que me fazem sentir tudo isto?
Paro. Espero, novamente, que o sinal verde possa acender.
Sei que não ultrapassei uma das pontes. Sei que fiquei presa num destes sonhos. Sei que se atravessar a ponte nenhum dos outros sonhos não serão, hoje, já uma realidade.
E imaginar-te…
Magoa. Faz chorar e faz gritar, e mesmo assim não passa.
Está verde. Continuo parada.