segunda-feira, 11 de maio de 2009

Conto-te


Conto as estrelas da noite, perco-me e encontro-me, somo e subtraiu até dar resto zero esta divisão una.
Conto as ondas do mar, riu e choro, vou e venho até encontrar o porto seguro do meu ser.
Conto e reconto, os beijos que trocamos, os abraços que demos, as promessas que fizemos na esperança de multiplicar cada parcela desta união.
Vou render-me à manhã solarenga .Vestir o meu vestido branco, soltar os meus caracóis, voar.
Vou render-me ao dia em que o meu olhar encontrou o teu, o meu sorriso terminou no teu e senti o coração disparar.
Vou render-me à rosa vermelha que me ofereceste, às surpresas que me preparaste, à paisagem da nossa praia e entregar-me a ti.
A orientação perdi-a, a bússola de quatro passou a um ponto cardeal. A ti.
Vou render-me a mim mesma.
Dá-me a mão e fecha os olhos. Sente este amor que cresce e cresce na esperança que a distância não te impeça de o sentir a cada manhã e a cada anoitecer.
Sente o ritmo do meu coração, sente a dança deste amor .
Sente-me, meu bem. Sente a canção que te embala.
Boa noite, meu amor.

sábado, 9 de maio de 2009

Saudade do Mar


A chuva passa, deixa o cheiro a terra molhada, quando só quero sentir o cheiro a areia banhada pelo sal do mar.
Momentos estes em que a inspiração me foge, rodopia por entre os meus pensamentos sem se deixar apanhar, só me resta agarrar este sentimento maior do que eu.
Brinda o anoitecer com o teu sorriso e prometo não pedir-te mais nada.
Sorriso de mil estrelas, de todos os céus azuis, de todos os dias quentes e frios, de todos os dias da minha vida.
Momentos estes em que a inspiração me foge, nunca serão suficientes para roubarem estas sílabas que por serem para ti, sobre ti, fluem segundo as leis naturais.
Deixaste a tua presença em todos os cantos e recantos desta casa, tal como já tinhas feito antes, dou por mim a sentir-te presente nesta tua ausência.
Entre a tua partida e a tua chegada, o meu olhar evita sempre o fim daquela estrada por onde viajas , por onde vens e vais. Entre a tua partida e a tua chegada, sinto-me perdida.
Segues o ritmo do mar, vens e vais, e entre o ir e o vir, inundas-me com todo esse ser, pelo qual anseio ter lado a lado com o meu a cada segundo.
Não demores no teu ir e vem depressa, porque me perco em saudades e lágrimas. Não demores porque quero ser feliz, dançar e cantar só para te ver sorrir, fazendo da vida o cenário deste nosso amor.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Rede de vida


Deitada na rede de pano deixo o meu corpo baloiçar, o meu cabelo brincar com o vento, e o meu vestido dançar com o ar.
Fecho os olhos. Sonho e acordo.
Deixo que o Sol encontre a minha pele, espero que me aqueça por dentro e por fora. Talvez assim, se distribua em mim este lume de receios que enche o meu coração.
Agarrar em tudo quanto amo e quero bem. Proteger, cuidar e fazer feliz.
Faço com que a rede balance mais do que o peso do meu corpo a faz mover. Ao alcance dos meus olhos, a nuvem branca aparece e desaparece à medida que a rede vai e vem.
Secretamente, desejo intimamente poder ser eu a ditar o vai e vem da vida. Indo tudo o que de mal viesse, vindo tudo o que de bom está para vir.
São muitos os caminhos por onde posso seguir, mas juro escolher os que mais perto de vocês me levarem. Neste vai e vem da vida.

Palavras

As palavras ecoam na mente.Leves, soltas, sós.
Somam-se ao vazio e silenciosamente gritam. Não vão mais além.
Os nós apertados soltam-se, o significado perde-se no ar, o horizonte desaparece.
A janela insiste em não abrir e mais nada ecoa nem voa.
Os passos desvanecem por entre o algodão, ninguém está presente.
O céu está mais alto, o futuro mais longe, o presente mais pesado.
Só as palavras ecoam na mente. Leves, soltas, sós.