sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Horizontes azuis



Faço das águas límpidas o oceano no qual mergulho e me entrego. Perdi as horas e o tempo, faço do presente tempo passado e eterno.
Espalho pétalas de rosas nesse oceano que me leva até onde quero ir, em movimentos suaves e doces nado nas águas sem movimento, mas com vida. Há muito que não ambiciono o porto que de tão seguro perdeu o equilíbrio ente os opostos, mantendo apenas o que é igual.
Esta noite, faço da Lua confidente de desejos suspensos no ar, faço das estrelas pedras de riacho nas quais salto de uma em uma. Todas as desilusões amarrei-as em laços flutuantes e deixei-as correr na corrente mais forte, sem querer conhecer o rumo que tomaram.
Quero aprender outros caminhos que não os que me levam exactamente aquele porto que de tão seguro é inseguro, quero vestidos de seda cor de azul água que esvoacem no ar e me levam a conhecer novos horizontes, pelos quais me apaixonarei e quererei ficar sem nunca mais partir.
Esta noite quero ir e ficar.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Acto I


A noite vestiu-se de azul e caiu sem lua ou estrelas, enche o palco de luz e brilho para quem nele quiser actuar.
Sento-me na primeira ou na última fila, é indiferente, a peça é só uma e conta apenas uma história que não a minha. Mais tarde em pontas de pés, farei deste e de todos os outros o meu palco e do último o primeiro lugar. Mais tarde quando o Sol brilhar e a cortina baixar.
Quero do grito o eco da tua voz, da tua actuação e da tua história. Faz da tua peça o meu cenário e da minha história mil e um conto em que és personagem principal.
A noite caiu, os personagens perderam a fala, é hora de silenciar.