sábado, 18 de setembro de 2010

Estrela Cadente


Em todas as noites que se seguiram àquela noite, desejei que a vida fosse mais, muito mais próxima daquele instante. O instante em que rimos num coro uníssono, em que fomos corpo e alma do mesmo sentimento,em que nos unimos numa cumplicidade única e fomos amor puro. A Lua que esta noite contemplo não é a mesma que iluminou a nossa presença, nem a mesma que juntos contemplamos.
Vagueio nas horas do dia e da noite, procuro o que verdadeiramente me move e me motiva. Vagueio em mim mesma até admitir, por fim, que tenho que continuar a viagem num espaço e tempo em que a distância que nos separa é dolorosamente real e o vazio da vossa ausência dói como uma ferida permanentemente pressionada.
A noite calma declarou guerra contra o descanso e a paz que aqui perco. Resta-me desvendar a posição das estrelas que só no reflexo do vosso olhar consigo decifrar.
À queda de uma qualquer estrela cadente pedirei que me leve no sopro de um beijo leve até vós.