segunda-feira, 21 de junho de 2010

Leve Sopro


Neste instante que é a vida o fim chega demasiado depressa, entre sorrisos e lágrimas tudo se desvanece num só sopro.
Abro a mão e deixo cair os grãos de areia, um a um, cristalinos e distintos dançam ao sabor do vento até silenciosamente posarem no areal. Deixo que a espuma da última onda me toque nos pés, espero que a próxima onda se forme e observo-a até que quebre, desde o seu início até ao seu fim. O pôr-do-sol pontua o final do dia, o final do dia de hoje.
É o instante da vida que quero agarrar com as duas mãos, agarrando-me a vocês que são a vida.
Tenho saudades da felicidade que foi e vontade de viver a que virá. O limiar entre o que foi e o que será determina o compasso desta dança em pontas.
Hoje só quero correr para os vossos braços e ser feliz por vos ter, hoje só quero relembrar que vos amo e que sinto a vossa falta a cada inspiração e expiração. Falta pouco para que os vossos braços se tornem o porto de abrigo da minha chegada e é esse momento que aguardo agarrando o instante da vida com todo o cuidado para que nada se desvaneça nem quebre, agarrando-me a este amor que nos liga. Porque este instante que é a vida quero vivê-lo ao vosso lado.