quarta-feira, 17 de março de 2010

Ida


A luz cessa a cada ida tua, a luz escurece a cada volta tua para onde não pertences, longe de mim.
Perco-me na recordação da felicidade que a noite anuncia quando as nossas almas estão de mão dada, quando o sorriso começa nos meus lábios e termina nos teus.Nesses teus olhos castanhos reais procuro a verdade, a nossa verdade, essa verdade que transforma os dias em doces momentos para viver, essa verdade que me acompanha no azedo da tua ausência.
Hoje, a noite está mais escura do que ontem,por isso, não vou à varanda à procura de estrelas cadentes nem tu me vais fechar entre os teus braços como sempre fazes. Hoje, não vou adormecer nos teus braços, por isso, não vou adormecer com o coração cheio de felicidade. Hoje vou sentir saudades tuas.Hoje sinto saudades tuas.
À despedida pedi-te o que te peço sempre :" Não demores a voltar", agora peço-te para que voltes, para que não esperes pelo dia que marcamos juntos no calendário da nossa história,peço-te que chegues.Oiço os teus passos mas demoras a abraçar-me,sinto o teu cheiro mas demoras a aproximar-te, vejo a tua sombra mas demoras a chegar, toco-te mas demoro a sentir.
Vem, para sempre.

Incompleto


(...)O Sol abraça a linha do horizonte e hoje não voltará a brilhar, passo a passo deixo na areia molhada as dicas para quem não souber que caminho seguir. Ao quebrar de cada onda relembro todos os planos que tinha para o dia de hoje e que não realizei, experimentando uma estranha sensação de ansiedade.

Fecho as mãos com força na esperança que renasça em mim o sorriso de outrora, a coragem de outrora. Os cabelos em forma de caracóis dançam num vento que sopra cortante na pele macia e branca, os braços fecho-os no peito e tento respirar quando o ar me falta e sigo na esperança que vá encontrar sempre espaço para o próximo passo entre o quebrar de cada onda(...).