O eco deste ténue silêncio desperta-me do sono que não dormi e do sonho que não sonhei. Cada pôro da minha pele respira por si para que todos se unam num corpo uno e uníssono.
Aceito esta última dança do dia e da noite que passou e passa para que possa por fim despertar do sono que dormi e do sonho que sonhei, por fim. Só mais uma roda e entrego-me ao cansaço que enfim me assola.
Deixo que seja o Sol o meu despertador, aqueles raios que me aquecem e despertam de mim mesma, mas esta manhã insisto e resisto, não deixo que nada em mim se mova, a não ser esta vontade que cresce no meu interior, para me deixar sonhar este sonho que por ser meu, me pertence, que por o sonhar, é meu e me pertence.
O teu lado da cama está vazio, branco de esperança, vive e espera por ti para que este sonho seja agora feliz, agora e no segundo seguinte, feliz, porque o depois nada sonha ou promete e só o medo reina nesse instante que vai para além do segundo seguinte, onde tudo pode deixar de ser feliz.
Espero-te no meu lado da cama para que possa sonhar esta felicidade só mais um segundo, este que passou.
Saudades deste sonho nosso, deste nosso sonho.