Há noites em que creio ser capaz de escrever canções de amor, melodias de embalar e poesia. Há noites que susurram a minha existência e em céus estrelados oferecem espaços a serem preenchidos. Há noites em que não escrevo para não ter de lembrar o sentir.
Hoje, fecho os olhos e sei-me capaz de escrever-te cartas de amor a tinta vermelha sobre papel branco. Hoje, fecho os olhos e sei-me apaixonada e amada.Hoje, fecho os olhos e sei-me capaz de soletrar o nosso amor. Hoje, fecho os olhos e vivo-te, revivendo-nos.
A imensidão do sentir invade-me e leva-me o fôlego. Esforço-me para manter os movimentos de inspiração e expiração, enquanto o frio da tua ausência abre feridas na pele e faz sangrar a alma.
Em confesso cansaço da Saudade, minha, Tua, Nossa e Deles, resisto à vontade que a noite acalenta de escrever amor, é maior o medo de esvaziar-me das recordações que bombeiam a minha vida.