As persianas estão meias abertas, deixando a luz do dia entrar e trazer promessas, nas quais gostava de acreditar. O vento sopra de Sul e corta as asas dos sonhos que podiam voar, porque as promessas de cada novo dia desvanecem-se à medida em que nelas acredito.
Entre paisagens ora verdes, ora amarelas, encontro as mais belas paisagens de fundo, através da meia abertura que as persianas (de)limitam. A nudez da folhagem denuncia a ausência de Primaveras mil e a promessa não concretizada da chegada do reconfortante calor do Verão. Posso escrever um conto sobre cada uma destas paisagens, abraçando um tempo que começa e termina em cada uma das palavras que o contar sem promessa de mais.
As paisagens sucedem-se e é como se estivesse em viagem, as persianas não se movem, servindo de tela em que pinto promessas, poucas, ricas, no sonho de as ver concretizadas no tempo finito em que sou personagem principal dessas histórias que não ganham vida porque o vento sopra de Sul e eu sou o Norte.
Momentos há em que fecharia as persianas só para não ter de sonhar o sonho do regresso.
1 comentário:
Que o regresso se concretize para além do sonho e das paisagens que passam ao largo do teu palco.
Sempre que o vento sopre Sul descansa no meu abraço e as promessas, por fim, encontrarão um porto de vida e transformar-se-ão em sonhos reais por viver e talvez reviver.
beijinho de esperança *
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